17/03/2010

A verdade e o boato

Ultimamente tenho recebido muitos emails com "noticias"relativas a figuras públicas, expondo pseudo factos sobre aspectos da vida destes. Ou é a casa onde habitam que custou "não sei quantos"milhares de euros, ou o emprego para o filho conseguido com a cunha de determinado amigo ou ainda questões de ordem moral, ética e até criminal. Tudo isto vem "reenviado"por alguém que já recebeu de alguém e que foi alguém que já tinha lido algures, sobre estas matérias. Claro que tudo isto normalmente vem sem fontes, sem nomes,em suma, sem uma investigação séria e baseado no "sei de alguém que já viu", "ouve-se dizer" e outras expressões similares tão típicas  e basilares do boato e do "jogo rasteiro".

Atacar figuras públicas entrincheirados no anonimato a que a  sua irrrelevância os confinou, tornou-se o "hobby" de alguns. O boato é sempre mais fácil de espalhar que a verdade pois esta exige um rosto, um compromisso, não se compadece com a escuridão, nela não há vultos mas tudo tem contornos bem definidos. A verdade liberta, restaura e constrói, o boato é cobarde e só tem um objectivo: destruir. Uma preocupação genuína com a verdade não é compatível com quem, por um lado "atira pedras"a quem está exposto e por outro, são os primeiros a enganar o estado e a enganar o próximo. A inveja é muitas vezes o combustível destes arautos da moral. A defesa da verdade exige a vida. Não se pode ser seu defensor no conforto da pequenez do anonimato, há que dar "o corpo ás balas".A verdade não está à distancia de um clique no "enviar"de um email, ela exige o nosso rosto, a nossa forma o nosso compromisso.A verdade é solida o boato é gelatinoso.Se eu quero que a verdade triunfe ela pede-me a vida, se eu quero que o boato prospere ele só pede a vida de outro.
Quando receberes um desses emails, ou ouvires uma conversa menos abonatória sobre alguém pensa um pouco... talvez seja mais sábio clicar no "delete" do que no "send"